sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Frederick Perls e a Gestalt-terapia

Fritz Perls

Friederich Salomon Perls (Berlim, 8 de Julho de 1893Chicago, 14 de Março de 1970), também conhecido por Friedrich Perls, ou Fritz foi um psicanalista de origem judaica que desenvolveu uma abordagem da psicologia chamada Gestal-terapia. Fritz propôs o conceito de que o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao ambiente e também criticava a psicanálise antes mesmo do surgimento da Gestalt-Terapia, podendo ser observado em sua primeira publicação: "The Ego, Hunger and Aggression"(1942) (O Ego, A Fome e A Agressão, em português), no qual critica a teoria psicanalítica com base em pesquisas sobre percepção e motivação. Neste livro Fritz lança uma importante discordância teórica com relação à psicanálise: a idéia de que a base da agressão e do sadismo está na fase oral e não na fase anal do desenvolvimento infantil.
É também neste livro que Perls lança alguns conceitos básicos do que seria, mais tarde, a Gestalt-terapia: a realidade do aqui e agora, o organismo como totalidade, a unidade organismo/meio, a dominância da necessidade emergente e uma reflexão sobre o conceito de agressão, que é entendida como uma força biológica importante para o crescimento. Um ano após sua publicação foi fundado o Gestalt Institute of New York centro especializado no desenvolvimento da Gestalt-Terapia. É importante salientar que Gestalt e Gestalt-terapia são conceitos diferentes. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre pt.wikipedia.org/wiki/Perls
Fritz foi fortemente influenciado pela Teoria de Campo de Kurt Lewin

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Trabalho Gestalt





Segundo a Gestalt, o cérebro é um sistema dinâmico no qual se produz uma interação entre os elementos, em determinado momento, através de princípios de organização perceptual como: proximidade, continuidade, semelhança, segregação, preenchimento, unidade, simplicidade e figura/fundo. Sendo assim o cérebro tem princípios operacionais próprios, com tendências auto-organizacionais dos estímulos recebidos pelos sentidos. A Psicologia da forma, Psicologia da Gestalt, Gestaltismo ou simplesmente Gestalt é uma teoria da psicologia iniciada no final do século XIX na Áustria e Alemanha que possibilitou o estudo da percepçãoSurge como uma reação às teorias contemporâneas estabelecidas que se fundamentavam apenas na experiência individual e sensorial (Wundt). Parte do princípio de que o objeto sensível não é apenas um pacote de sensações para o ser humano, pois a percepção está além dos elementos fornecidos pelos orgãos sensoriais. Fundamentam-se nas afirmações de Kant de que os elementos por nós percebidos são organizados de forma a fazerem sentido e não apenas através de associações com o que conhecemos anteriormente.
Max Wertheimer (1880-1943) publica o primeiro trabalho considerado iniciador dos estudos da Gestalt em 1912, num estudo sobre a percepção visual, com seus colegas Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940). Os três são considerados iniciadores do movimento da Gestalt. Estes consideram os fenômenos psicológicos como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna, que independem da percepção individual e que formulam leis próprias da percepção humana.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. pt.wikipedia.org/wiki/Gestalt
Kurt Lewin foi colega dos fundadores da Gestalt na Universidade de Berlim. Todos foram obrigados a migrar por causa do nazismo e escolheram os EUA como destino. Na Alemanha, combatiam as idéias de Wundt. Nos EUA, foram de encontro ao behaviorimo de Watson
A teoria da Gestalt fundamentou a Gestalt-terapia de Fritz Perls, tema de próximas postagens.  

Preciso Saber - Jefte Rodrigo

Essa canção, como esse blog, é fruto do Projeto Interdisciplinar "Psicologia em Ação" da Unifacs Laureate.
A equipe (composta por Jefte, Rafael, Camila, Luiza, Sabrina, Jéssica e Victor) explorou o tema "Cognição na adolescência: um estudo a partir de Stanley Hall".
Adolescência: fase de tempestades e tormentas, segundo Hall. Segundo Goethe, em Os sofrimentos do Jovem Werther, etapa da vida marcada por um espírito idealista que se rebela contra o velho, momento de paixões.

Canção do Adolescente - Jefte Rodrigo
Enquanto chagas na alma consomem todo o meu pensar
E incertezas na mente dispersam o meu imaginar
Meus pensamentos estão em conflito, eu preciso dizer
Meu raciocínio precisa saber
O que significa viver
Quero pensar que tudo isso vai logo passar
Pois meus discursos internos precisam se organizar
É necessário que eu passe pela crise de dor
Para que eu compreenda de fato quem eu sou
Que os velhos outonos e os velhos invernos se passem, e venha o florescer
è preciso crescer, é preciso lutar, é preciso amadurecer
Avançar, prosseguir, levantar, caminhar, conquistar o meu interior
Me desenvolver e ousar
Saber quem eu sou e efetivar
Minha identidade
Preciso saber

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O empoderamento de "Yes, we can!"

Yes we can!” A repetição da expressão – “Sim, nós podemos!” – no primeiro discurso de Barack Obama como candidato eleito à Presidência dos Estados Unidos simboliza o empoderamento de um conjunto da população sistematicamente humilhada no país: os afro-americanos. São eles que tomaram as ruas para eleger Obama, que saíram às ruas para comemorar a eleição, que vêem nele uma esperança. O candidato democrata expressa uma ruptura com o passado segregacionista estadunidense e com a linha política republicana do atual presidente, George W. Bush. João Alexandre Peschanski

(http://alainet.org/active/27460&lang=es)


O empoderamento utilizado no discurso de Barack Obama foi fundamental para o seu sucesso nas eleições. Esse tal empoderamento, como a tradução já sugere, ela dá poder, dá voz, a todos aqueles marginalizados pela sociedade e assim, decidiram o futuro do seu país. O “empowerment” implícito na frase “Yes, we can” faz com que as pessoas se sintam motivadas e capacitadas a fazerem a mudança da sua nação. Os jovens norte-americanos tiveram uma grande influência nessa mudança. O candidato tinha nos jovens uma parcela importante do seu eleitorado e usou seu blog e seu perfil no Twitter - uma grande novidade até o momento - para aproximar-se dos eleitores. Até o momento, o perfil de Obama no Twitter é que tem mais seguidores no mundo. Os candidatos também usaram a internet maciçamente para colher dinheiro para a campanha. As pequenas doações, obtidas principalmente nas campanhas via web, somaram 47% do dinheiro usado por Obama em sua campanha. 

domingo, 7 de novembro de 2010

Empoderamento, essa palavra existe?

É um neologismo. Vem do inglês, empowerment, que quer dizer autorizar, licenciar, dar poder, tornar possível. Paulo Freire foi o primeiro a usar o termo, dando-lhe um sentido mais filosófico, não como uma doação ou benevolência, mas como uma conquista. Segundo o educador, a pessoa, grupo ou instituição empoderada é aquela que realiza, por si mesma, as mudanças e ações que a levam a evoluir e se fortalecer. Implica conquista, avanço e superação por parte daquele que se empodera (sujeito ativo no processo).
O empoderamento parte da idéia de dar às pessoas o poder, a liberdade e a informação que lhes permitem tomar decisões e participar ativamente da organização.
O empowerment se assenta em quatro bases principais:

  1. Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e responsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia de ação.
  2. Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas participem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas.
  3. Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento, ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos na organização.
  4. Liderança - proporcionar liderança na organização. Isso significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
O empowerment não é algo fixo, mas funciona em um continuum que vai desde um baixo até um elevado grau de delegação de poder. Quando esse grau é elevado, estamos diante de equipes de alto desempenho graças à excelência da sua dinâmica e aos resultados proporcionados.



Obama e a motivação para a mudança

Barack Obama se candidatou à presidência dos EUA num momento em que a economia americana passava por grandes dificuldades. O sonho americano (self made man, ou seja, o sonho de que se trabalhando duro é possível ter sucesso e enriquecimento), mola-propulsora da ação da população americana, ideal de sucesso perseguido por todos, estava ameaçado pela recessão. O abismo entre ricos e pobres nunca fora tão grande. A população estava abatida. Obama, com seu poder de comunicação, convenceu que a mudança era possível, que o voto poderia realmente transformar a realidade e reativou o ideal do sonho americano. Isso exigiu uma transformação na psique americana, no sentido de provar que era possível o entendimento entre um bom governo e o engajamento civil. Obama iniciara sua campanha muito antes, quando começou sua carreira política, junto às lideranças comunitárias, promovendo a inclusão dos excluídos. Ao longo dos vinte e cinco anos de carreira política, Obama passou de um jovem líder comunitário idealista a presidente. Ele é o próprio exemplo que “Yes, we can!”.  O líder democrático descrito por Lewin algumas décadas antes. Um profundo conhecedor das dinâmicas de grupos. Abramsky (2010) diz que Obama é, antes de tudo, “um ser humano relacional. Ele sabe ouvir” (p. 149). Obama assinalou uma mudança histórica ao ascender ao poder, não só pela sua cor de pele, pelo nome que carrega, mas pelo que representa. Reacendeu o idealismo e renovou o senso de comunidade e propósito comum. Seus valores e seus ideais tem calado fundo nos jovens eleitores, que ainda estão construindo uma identidade. Eles confiam em Obama, eles anseiam por mudanças, querem derrubar o que está estabelecido. Como depositário fiel de tanta esperança nas mudanças para um mundo melhor, Obama tem uma responsabilidade imensa. Com a globalização, se seu governo não der certo, todos seremos atingidos. 

ABRAMSKY, Sasha. A Cabeça de Obama. Rio de Janeiro: Agir, 2010.
Isso me faz lembrar Silvia Lane, uma psicóloga social brasileira que dizia que toda a ação é política: ou ela transforma ou ela conserva.  Somos todos, de alguma forma, co-responsáveis. Temos que nos conscientizar disso.

sábado, 6 de novembro de 2010

REEDUCAÇÃO COMO UMA MUDANÇA DE CULTURA

Essa é uma síntese do texto de Lewin.

A reeducação é um processo onde as mudanças de conhecimento e crenças, de valores e padrões que caracterizam pensamento e comportamento, de ligações e necessidades emocionais, e também mudanças da conduta cotidiana ocorrem dentro do quadro da vida total do indivíduo no grupo, ou seja, o processo reeducativo tem de realizar uma tarefa que equivale essencialmente a uma mudança de cultura. 
CONTRADIÇÕES INTERNAS NA REEDUCAÇÃO:
O processo reeducativo afeta o indivíduo de três maneiras, muda a estrutura cognitiva:
·         A maneira de ver o mundo físico e social utilizando os fatos, conceitos, crenças e expectativas;
·         Modifica suas valências e valores, suas atrações e aversões a grupos e a padrões  grupais e sentimentos como aprovação e desaprovação;
·         Afeta a ação motora, incluindo grau de controle do indivíduo em seus movimentos físicos e sociais.
[...] é da maior importância que o reeducador  tenha  inteira compreensão da maneira pela qual esses componentes psicológicos – estrutura cognitiva, as valências e valores, e a ação motora – são afetados por qualquer etapa específica na reeducação.
MUDANÇA DA ESTRUTURA COGNITIVA:
·         Mesmo ampla experiência direta não cria automaticamente conceitos corretos (conhecimentos). Uma sequência de experiências fora do comum, que foram realizadas pelo homem (experimentos), na busca sistemática da verdade provocando uma mudança nos conceitos menos adequados para os mais adequados.
·         A ação social não é menos dirigida pela percepção que a ação física. Em qualquer situação não podemos deixar de agir de acordo com o campo que percebemos. A tarefa básica da reeducação pode ser considerada a de alterar a percepção social do indivíduo.
·         Via de regra, não basta o domínio do conhecimento correto para se corrigir a percepção errada.
[...] os indivíduos podem ser percebidos como “representantes típicos” desse grupo, é que a experiência com indivíduos tem a probabilidade de afetar o estereótipo.
Os estereótipos incorretos (preconceitos) são funcionalmente equivalentes a conceitos errôneos (teorias).
Não é possível depender da ocorrência acidental de tais experiências. Mudanças de sentimentos não acompanham necessariamente mudanças da estrutura cognitiva.
Se a estrutura cognitiva referente a um grupo modificar num indivíduo, ainda assim, os seus sentimentos com esse grupo continuarão os mesmos.
LEWIN, Kurt. Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1970.