domingo, 7 de novembro de 2010

Obama e a motivação para a mudança

Barack Obama se candidatou à presidência dos EUA num momento em que a economia americana passava por grandes dificuldades. O sonho americano (self made man, ou seja, o sonho de que se trabalhando duro é possível ter sucesso e enriquecimento), mola-propulsora da ação da população americana, ideal de sucesso perseguido por todos, estava ameaçado pela recessão. O abismo entre ricos e pobres nunca fora tão grande. A população estava abatida. Obama, com seu poder de comunicação, convenceu que a mudança era possível, que o voto poderia realmente transformar a realidade e reativou o ideal do sonho americano. Isso exigiu uma transformação na psique americana, no sentido de provar que era possível o entendimento entre um bom governo e o engajamento civil. Obama iniciara sua campanha muito antes, quando começou sua carreira política, junto às lideranças comunitárias, promovendo a inclusão dos excluídos. Ao longo dos vinte e cinco anos de carreira política, Obama passou de um jovem líder comunitário idealista a presidente. Ele é o próprio exemplo que “Yes, we can!”.  O líder democrático descrito por Lewin algumas décadas antes. Um profundo conhecedor das dinâmicas de grupos. Abramsky (2010) diz que Obama é, antes de tudo, “um ser humano relacional. Ele sabe ouvir” (p. 149). Obama assinalou uma mudança histórica ao ascender ao poder, não só pela sua cor de pele, pelo nome que carrega, mas pelo que representa. Reacendeu o idealismo e renovou o senso de comunidade e propósito comum. Seus valores e seus ideais tem calado fundo nos jovens eleitores, que ainda estão construindo uma identidade. Eles confiam em Obama, eles anseiam por mudanças, querem derrubar o que está estabelecido. Como depositário fiel de tanta esperança nas mudanças para um mundo melhor, Obama tem uma responsabilidade imensa. Com a globalização, se seu governo não der certo, todos seremos atingidos. 

ABRAMSKY, Sasha. A Cabeça de Obama. Rio de Janeiro: Agir, 2010.
Isso me faz lembrar Silvia Lane, uma psicóloga social brasileira que dizia que toda a ação é política: ou ela transforma ou ela conserva.  Somos todos, de alguma forma, co-responsáveis. Temos que nos conscientizar disso.

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